Artigos acadêmicos

A Equoterapia e O Brincar - Relações Trasnferenciais na Equoterapia e O Cavalo Como Objeto Transicional

A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência. No presente trabalho, é realizada uma discussão teórica sobre uma possível vinculação entre as relações transferenciais na Equoterapia e o uso do cavalo como objeto transicional. Buscou-se demonstrar que uma atitude contratransferencial baseada em atitudes positivas – tais como aceitação incondicional, confiança e alegria – leva a uma facilitação na criação de um vínculo positivo entre praticante e terapeuta. Uma vez estabelecido esse vínculo, o terapeuta pode apresentar ao praticante de Equoterapia, o cavalo como um objeto transicional. O cavalo tem diversas características citadas por Winnicott como próprias de um objeto transicional, tais como textura (a maciez de seu pêlo), calor e vitalidade, e que se referem ao primeiro objeto relacional de um ser humano, o seio. A relação de um praticante com o seu cavalo dá-se também na ordem do imaginário, onde esse animal passa a ser dotado de poderes e atitudes mágicas, em uma zona fronteiriça entre o mundo interno e o externo. Sendo a Equoterapia lúdica por natureza, tem-se a possibilidade de explorar o cavalo como um objeto transicional e levar o praticante através do brincar a desenvolver-se com plenitude. O brincar é uma forma espontânea e eficaz para desenvolver-se, pois, brincando, faz-se algo, ou seja externaliza-se o que é interno, e tem-se a oportunidade de adequar o mundo imaginal ao real, fortalecendo o verdadeiro Self. A utilização do cavalo como objeto transicional pode ser eficaz tanto para praticantes com grave comprometimento fisico e mental pois, enriquece o arcabouço de experiências sensoriais, motoras, afetivas e cognitivas através do brincar, como também para praticantes menos comprometidos, e que podem vir a controlar de forma independente um cavalo, pois passam de uma situação de um controle imaginário até uma efetiva ação de domínio de um animal de aproximadamente 400 a 500 quilos, passando pelos diversos programas de Equoterapia, a hipoterapia, a educação/reeducação, o pré-esportivo e o hipismo adaptado. Isso torna o cavalo um objeto transicional perfeito. Uma criança que brinca é mais saudável, bem como um adulto também, na Equoterapia existe a possibilidade de um resgate da ludicidade humana ou até mesmo do aprendizado dela, para aqueles que por diversos motivos não tiveram um objeto transicional em sua infância. Essa discussão foi originada a partir de um trabalho vivencial com Equoterapia, como psicólogo na equipe interdisciplinar no Centro Básico de Equoterapia General Carracho, da ANDE-BRASIL (Associação Nacional de Equoterapia), confrontado com as teorias psicanalíticas de Donald Woods Winnicott, inglês, autor de diversos livros sobre psicanálise e desenvolvimento humano, o que possibilitou um embasamento e um aprofundamento no estudo da Psicologia aplicada à Equoterapia.

Ano de realização: 2015
Idioma(s): Português Brasileiro
Campo(s) de pesquisa: Psicologia
Nível acadêmico: Pós-graduação
Número de páginas: 46
Possui ilustração(ões): 1
Palavras-chave: equoterapia; psicologia e equoterapia; relações transferenciais na equoterapia; o cavalo como objeto transicional
E-mail: rodrigomago@uol.com.br
Endereço: Sqn 216 J 315
Bairro: Asa Norte
Cidade: Rodrigo Maciel Ramos
Estado: Distrito Federal
CEP: 70850000
Local de realização: Uniceub
País: Brasil
Cidade de realização: Brasília
Estado de realização: Distrito Federal
País de realização: Brasil
Download: http://equoterapia.org.br/media/artigos-academicos/documentos/24101008.pdf